Sem dizer adeus
...Havia também a dor que ele me deixava. Tão grande que eu precisava de tomar sucessivas aspirinas para aplacá-la. Tão feroz que eu tinha de me amparar nos móveis para não cair. No entanto, até aquela dor vinda dele um dia me abandonaria. E eu lutaria para me agarrar a ela, aos farelos da agonia, às migalhas do sofrimento, para não ficar totalmente esvaziada, calcinada.
Eu só tinha vinte anos, mas já sabia que a dor é melhor que o nada.
Heloneida Studart
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