domingo, fevereiro 26, 2006
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
terça-feira, fevereiro 21, 2006
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
Também este crepúsculo nós perdemos.
Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.
Olhei da minha janela
a festa do poente nas encostas ao longe.
Às vezes como uma moeda
acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos.
Eu recordava-te com a alma apertada
por essa tristeza que tu me conheces.
Onde estavas então?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
Porque vem até mim todo o amor de repente
quando me sinto triste, e te sinto tão longe?
Caiu o livro em que sempre pegamos ao crepúsculo,
e como um cão ferido rodou a minha capa aos pés.
Sempre, sempre te afastas pela tarde
para onde o crepúsculo corre apagando estátuas.
Pablo Neruda
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
domingo, fevereiro 12, 2006
Sem medo
sem medo
cravo os dedos na vida
e nela estendo o coração
sem medo.
enquanto as horas não cedem
sorrio, de medo e coragem.
silvia chueire
cravo os dedos na vida
e nela estendo o coração
sem medo.
enquanto as horas não cedem
sorrio, de medo e coragem.
silvia chueire
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
sábado, fevereiro 04, 2006
um dia
Paul Himmel
um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços.
e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for
tão distante, quando o frio responder devagar como a voz arrastada
de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da
nossa janela. sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso
será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi
nem uma palavra, nem o príncipio de uma palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade
José Luís Peixoto