De repente ninguém sabe onde estás, o teu fato negro como algas, o teu rosto barbudo escorregadio como foca. Alguém olha pelas crianças. Avanço até à fímbria da água, agarrando-me à toalha como um véu de viúva sobre mim.
Nenhum dos nadadores condiz. Muito baixos, corpulentos, de barba feita, erguem-se da ressaca, a água escorrendo-lhes pelos ombros.
As rochas despontam junto à costa como cabeças. A barrilha espalha-se como um fato negro esfarrapado e não te consigo encontrar.
O meu estômago começa a contrair-se como que para vomitar água salgada.
quando subindo a areia ao meu encontro vem um homem que se parece muito contigo, a sua barba eriçada como as ervas da praia, o seu fato negro como uma concha húmida contra o seu corpo.
Aproximando-se, afinal ele és tu - ou quase. Quando se perde alguém nunca é exactamente a mesma pessoa que regressa.
Atravessei contigo a minuciosa tarde deste-me a tua mão, a vida parecia difícil de estabelecer acima do muro alto folhas tremiam ao invisível peso mais forte. Podia morrer por uma só dessas coisas que trazemos sem que possam ser ditas: astros cruzam-se numa velocidade que apavora inamovíveis glaciares por fim se deslocam e na única forma que tem de acompanhar-te o meu coração bate.